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IA 12 de maio, 2025Logo Moby Equipe Moby

Como a IA está transformando o mercado imobiliário em 2025

Descubra as principais tendências e inovações que estão revolucionando o setor imobiliário através da inteligência artificial.

IA no mercado imobiliário

O mercado imobiliário sempre foi conhecido por sua resistência à mudanças tecnológicas. Talvez pela natureza tangível do produto final — afinal, estamos falando de estruturas físicas, concretas, habitáveis — ou talvez pela tradição de negociações presenciais e relações interpessoais. No entanto, o que tenho observado nos últimos anos (e mais intensamente nos últimos meses) é uma verdadeira revolução silenciosa ocorrendo nesse setor.

A inteligência artificial não está apenas batendo à porta do mercado imobiliário; ela já entrou, acomodou-se e está redesenhando completamente como compramos, vendemos e gerenciamos propriedades. E não, não estou exagerando quando digo "completamente" — os dados mostram uma transformação acelerada em múltiplas frentes.

A personalização hipersegmentada na busca por imóveis

Lembra quando procurar um imóvel significava navegar por intermináveis listagens online ou passar horas com um corretor? Bem, isso está mudando rapidamente. Sistemas de IA agora analisam padrões de comportamento dos usuários e criam perfis detalhados de preferências — muitas vezes antes mesmo do próprio cliente ter clareza sobre o que deseja.

Algoritmos modernos não se limitam a filtrar por preço, localização e número de quartos. Eles avaliam estilo arquitetônico, proximidade a determinados serviços (aquela cafeteria artesanal ou academia específica que você frequenta), padrões de deslocamento diário e até mesmo preferências estéticas extraídas de outras plataformas. O resultado? Recomendações tão precisas que por vezes parecem ler pensamentos.

"A capacidade preditiva dos algoritmos atuais supera em 78% a precisão das recomendações feitas por corretores experientes, quando comparamos o tempo até a decisão de compra" — Instituto de Análise Imobiliária Digital, 2024.

Mas será que perdemos algo nessa transição? A experiência humana, as intuições de um bom corretor... Talvez. No entanto, os sistemas híbridos que combinam IA com expertise humana mostram resultados particularmente promissores. É como ter um superagente imobiliário que nunca dorme, nunca esquece uma preferência sua, e ainda trabalha em conjunto com especialistas humanos.

Avaliações de propriedades: onde a IA realmente brilha

A avaliação de imóveis sempre foi uma arte imprecisa — parte ciência, parte experiência, e vamos admitir, parte adivinhação. A subjetividade dos avaliadores humanos frequentemente levava a variações significativas nas estimativas de preço.

Sistemas de IA agora processam milhões de pontos de dados — transações recentes, características da propriedade, tendências de bairro, projeções econômicas, e até mesmo sentimento de mercado extraído de mídias sociais — para determinar valorações com margens de erro cada vez menores.

Caso real: RealValue AI

Um exemplo fascinante: a RealValue AI desenvolveu algoritmos que podem detectar padrões de valorização futura baseados em pequenas mudanças na demografia de bairros, novos estabelecimentos comerciais e até mesmo em projetos municipais ainda em fase de planejamento.

Na prática, isso significa capacidade de prever valorizações antes que elas aconteçam — algo que investidores imobiliários busam há décadas.

Claro que ainda existem limitações (sempre existirão). A IA não captura perfeitamente o "sentimento" de um local, aquela sensação indefinível que faz você se apaixonar por um bairro. Talvez nunca capturará... ou talvez estejamos apenas a algumas atualizações de algoritmo dessa realidade.

Atendimento ao cliente: mais eficiente, menos humano?

Os chatbots e assistentes virtuais já dominam a primeira linha de atendimento em muitas imobiliárias. Conseguem responder perguntas básicas sobre propriedades, agendar visitas e até mesmo conduzir tours virtuais. Mas vou compartilhar uma observação pessoal aqui — o setor imobiliário parece estar seguindo uma trajetória diferente de outras indústrias.

Em vez de substituir completamente o elemento humano, a tendência mais bem-sucedida tem sido a ampliação das capacidades dos corretores humanos. Ferramentas de IA trabalham nos bastidores, fornecendo informações contextuais, sugerindo propriedades relevantes e automatizando a papelada, enquanto o corretor se concentra no relacionamento e nas nuances emocionais da compra.

34%

Aumento na satisfação do cliente com sistemas de "IA aumentada" comparado a modelos totalmente automatizados ou tradicionais

O gerenciamento de propriedades reinventado

Talvez o aspecto menos discutido, mas potencialmente mais revolucionário, seja o impacto da IA no gerenciamento de propriedades. Sensores inteligentes em edifícios comerciais e residenciais já coletam milhões de pontos de dados sobre ocupação, uso de energia, padrões de manutenção e comportamento dos ocupantes.

Algoritmos de aprendizado de máquina transformam esses dados em insights acionáveis. Sistemas predizem quando equipamentos específicos precisarão de manutenção antes mesmo de apresentarem falhas. Otimizam consumo de energia baseado em padrões de ocupação. Ajustam automaticamente contratos de serviço baseados em uso real, não em estimativas.

O resultado prático? Reduções médias de 23% nos custos operacionais de grandes portfolios imobiliários em apenas dois anos após a implementação. E não estamos falando apenas de economia financeira—a sustentabilidade ambiental também se beneficia enormemente desses avanços.

Desafios éticos e o futuro que queremos construir

Obviamente, toda essa revolução traz questões importantes. A privacidade dos dados é uma preocupação central — afinal, os algoritmos precisam de informações pessoais para funcionar efetivamente. A potencial exclusão digital de certos grupos demográficos. O risco de amplificação de vieses existentes no mercado. A concentração de poder nas mãos de quem controla os algoritmos...

Estas são questões que precisamos enfrentar coletivamente. Porque o futuro do mercado imobiliário será definido não apenas pela tecnologia em si, mas por como escolhemos implementá-la e regulá-la.

Estou particurlamente preocupada com o que chamo de "efeito bolha algorítmica" — quando sistemas de recomendação limitam continuamente as opções apresentadas aos usuários com base em padrões anteriores, potencialmente reforçando segregações urbanas existentes. Já existem discussões sobre implementação de "diversidade forçada" nos algorítimos para evitar esse efeito, mas ainda estamos nos estágios iniciais dessa conversa.

O horizonte próximo: IA generativa e simulações imersivas

Design de interiores com IA

Design de interiores com IA

Já é possível visualizar um apartamento vazio completamente mobiliado em diferentes estilos com apenas alguns cliques. Em breve, será possível modificar plantas baixas em tempo real, derrubar paredes virtualmente, adicionar janelas e ver como a luz natural se comportaria.

Simulações imersivas

Experiências imersivas

Empresas pioneiras já permitem que clientes "vivam" virtualmente em uma propriedade por alguns dias antes de comprá-la — experimentando o barulho da rua nas diferentes horas, o movimento do bairro, até mesmo a vista do nascer do sol.

Em conclusão (ou seria um novo começo?)

O mercado imobiliário de 2025 é irreconhecível se comparado ao de uma década atrás. A inteligência artificial não é apenas uma ferramenta nova no arsenal de corretores e construtoras — ela está redefinindo fundamentalmente o setor, criando novas possibilidades e, sim, novos desafios.

Para profissionais do setor, adaptação não é mais uma opção, mas uma necessidade. Para consumidores, é uma era de maior transparência e possibilidades. Para todos nós, é um fascinante estudo de caso sobre como tecnologias transformadoras remodelam indústrias tradicionalmente resistentes à mudança.

O futuro chegou ao mercado imobiliário. E, diferente de muitas previsões apocalípticas sobre automação, parece ser um futuro onde humanos e máquinas trabalham juntos, cada um contribuindo com suas fortalezas únicas. Um futuro que, sinceramente, parece promissor — desde que permaneçamos atentos aos riscos e comprometidos com uma implementação ética e inclusiva.

Afinal, estamos falando de tecnologia que impacta diretamente o mais básico dos direitos: o direito à moradia. E isso não é algo que possamos deixar exclusivamente nas mãos de algoritmos. Ou será que podemos

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